Estava pelas Internets da vida quando resolvi reler um post da minha amiga, Lika Gior, falando sobre a representatividade gorda na indústria e a forma equivocada como ela é feita. Ela dá uma dica de como é fácil você mudar isso, simplesmente parando de botar o peso das pessoas na música, afinal, antes de ser gordo, magro, alto, baixo, todo mundo é ser humano.
Ou quase.
Como ela mesma disse na postagem, não é algo difícil, se você levar em consideração que uma música de amor pode falar sobre qualquer pessoa, não somente alguns tipos físicos e etc. As letras são a parte que transmitem a intenção do cantor/da banda. Mas não quero falar da música em si. Quero falar do clipe.
Já faz um tempo que essa nova leva de cantores e bandas tem feito um trabalho maravilhoso em relação a representatividade dentro de seus clipes. É um passo pequeno, já aviso, mas virtualmente é um grande progresso. Vou tomar como exemplo o clipe de Cake by the Ocean.
Neste clipe, vemos que eles não se focaram num estilo de corpo e colocaram pra ser o centro. São pessoas se divertindo. A pegada da música tem um quê de insinuante em algumas partes, eu confirmei pelos reviews. Mas olhe a quantidade de tipos físicos simplesmente se divertindo, sem neuras?
Justin Bieber fez isso também em Sorry. Não que eu curta o cara como pessoa, vamos combinar que ele não é flor, as Beliebers que me perdoem. Mas o clipe dele foi bom. Você tem diferentes tipos de bailarinas, e a música não fala sobre a mulher ser gostosa ou qualquer coisa do gênero.
Demi Lovato com a visibilidade LGBT.
A primeira vez que vi algo com tanta representatividade foi na música da Colbie Caillat sobre a beleza da mulher, Try, com o clipe das moças tirando a maquiagem. Mas a música em si era voltada para isso.
Beyoncé e o empoderamento negro, nem preciso falar muito, não é?
Não, não preciso.
Minha única ressalva é a falta de representatividade de pessoas com deficiência. Procurei em todos os cantos e não achei nada que pudesse ser considerado de impacto global, exceto textos e mais textos sobre exatamente a falta de representatividade na mídia, ou o apelo aos estereótipos.
Sobre Cake by the Ocean, acho que eles acertaram totalmente, desde a letra, a melodia, o clipe. O foco da música é entretenimento, e esse entretenimento não precisa necessariamente contar com um fan service meia boca de mulher gostosa, pode incluir seres humanos no geral (e aliens também, por que não??). Músicas de militância são bem vindas, músicas de empoderamento são ótimas, e nós agradecemos! Mas queremos ser lembrados também em momentos que antigamente não nos diziam respeito, como nas músicas de amor, nas músicas sobre diversão. Todos os tipos de pessoas diferentes que gostam de coisas diferentes podem ser representados. É fácil fazer um clipe para pessoas que gostam de: sair pra algum lugar ou ficar em casa, beber ou ficar sóbrio, ter amigos ou ficar sozinho. Pra que ficar insistindo no mais do mesmo?
Let's lose our mind and go crazy crazy! ♫
Bora inovar?
Tenham uma boa semana! (: